segunda-feira, 25 de julho de 2011


Nossas gavetas...



Todo mundo tem suas gavetinhas, aquele lugar que a gente guarda tudo dentro da gente. Gavetas que às vezes não abrimos para mais ninguém. Quantas vezes a gente vai entulhando coisas? Guardando coisas das mais variadas. Nem sempre nossas gavetas são cobertas de coisinhas boas, na verdade muitas delas têm coisas que não queremos lembrar.

Nossas gavetas, nossos pensamentos, nossos esconderijos e laberintos dentro de nós. Um dia é inevitável, as gavetas começam a transbordar e isso se torna visível em nós. Quando nossas gavetas começam a explodir, nossas emoções vão junto com elas, então percebemos que por mais que se tente, nossas gavetas estarão lá e a única forma de não ser atormentada por elas, é justamente limpá-las ou removê-las.

Por mais que doa mecher nessa gaveta, na nossa caixa das lembranças e sonhos, é necessário. Tem horas que para sermos mudados precisamos sair marcados. Hoje eu abri a minha, mechi naquelas lembranças e passiei em algumas delas, revivi alguns dos meus choros e pude encontrar em cada um deles uma gota de alegria. Pude revirar meus sonhos e ver que alguns deles ainda estão lá, pude ver que nada foi esquecido, mas que algumas coisas necessitavam ser jogadas fora dali, para que eu pudesse encher minha gaveta de mais sonhos e lembranças boas.

Tinham coisas tão empueiradas ali, emoções reviradas, pessoas esquecidas, momentos que jamais irão voltar. Haviam coisas que nem foram vividas, sonhos que acabram antes mesmo antes de acontecer, risadas sem fim, e uma melodia que sempre tocava e eu não conseguia parar, vinha de uma velha caixinha de música, que tinha quebrado e por conta disso não parava nunca de tocar. A melodia era suave, mas intensa demais. Depois de ouvir bastante cada nota, decidi consertar.

Aquela música parecia ter sido escrito com as notas da minha própria vida, cada fase minha, mas por algum motivo a balarina estava emperada e a música precisava por um minuto silenciar. Consegui, era só um pequeno ajuste, sem querer deixei ela engatada da última vez. Pronto estava tudo certo! A poeira removida, a bailarina funcionando, mas ... era hora de jogar fora coisas dali.

Por onde começar? Horas olhando, e nehuma coragem de mexer naquilo. Era preciso, existem coisas que para prosseguir precisam se encerrar. Eu sabia que haviam coisas ali a serem enterradas, foi duro, mas tirei primeiro minhas inseguranças e traumas vividos ao longo de minha vida. Tirei as frustações, os nãos, as coisas que para mim serviam apenas como atraso. Mas faltava algo mais ... Achei minha própria foto, como eu estava diferente, não só por fora, mas engraçado como eu consegui ser a mesma mas mudada, rs. Pude lembrar, quem eu era, e por um minuto lembrar de quem eu sou, das minhas fraquezas , qualidades, do meu jeito, lembrar de mim.

Acho que agora sim, minha caixa estava arrumada, finalmente eu havia terminado isso. Por um momento, me deito na cama, minha cabeça flutua e me sinto leve. Não sei quando irei precisar abri-la novamente... Mas por hora, prefiri nem pensar, deixei lá. Era fim de tarde, de olhos fechados eu pude ouvir a música que voltava a tocar em mim.
1 Comentários

1 comentários:

Sara Oliveira disse...

Nada melhor do que limpar a gaveta e tirar tudo aquilo que só estava deixando tudo mais pesado.
Ótimo texto!
Bjs.

www.facilserbonita.com

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Estudante de jornalismo, curiosa e sonhadora desde sempre. Uma menina que adora escrever e contar suas próprias histórias.